Escola já havia relatado negligência em relação à menina de 3 anos que morreu e ao irmão dela

O caso do menino de 5 anos, irmão da garotinha de 3 anos que morreu na terça-feira vítima de politraumatismo, era acompanhado pelo Conselho Tutelar Oeste. 

Os nomes dos irmãos e da mãe e do padastro estão sendo mantidos em sigilo pelo reportagem para não expor ainda mais o menino.

No dia 6 de junho deste ano, a escola onde ele estuda, a Marista Santa Marta, enviou relatório ao Conselho Tutelar referindo a situação de negligência em relação às duas crianças. Segundo a instituição, o relatório não pode ser divulgado, mas, a partir do documento, uma conselheira tutelar passou a acompanhar o caso do menino por meio de visitas e telefonemas. 

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O documento foi elaborado com base nos relatos feitos pela bisavó materna das crianças, que procurou a escola à época, período em que o aluno foi deixado pela mãe com ela. A menina, que morreu ontem, também havia sido deixada com a bisavó, mas foi buscada pela mãe dias depois. 

O menino foi buscado recentemente, e os dois irmãos passaram a morar de novo com a mãe e o atual companheiro dela.

A escola também acompanhava o caso. Mas, até poucos dias, o menino não apresentava sinais de agressão física, o que foi percebido pela escola na última segunda-feira à tarde, quando ele chegou à aula com uma marca no braço e outra na barriga.

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A conselheira tutelar responsável pelo caso não quis falar com a reportagem. A coordenadora do Conselho Tutelar Oeste, Nara Freitas Deprá, disse, com base em informações repassadas pela conselheira, que o menino vinha sendo acompanhado apenas por "problemas escolares". 

Nara disse ainda que, para o Conselho, o menino morava com a bisavó e que "só ficaram sabendo da existência da mãe e do padrasto depois do ocorrido". A conselheira disse que os vizinhos não tinham relatado maus-tratos às crianças. Na terça-feira, os vizinhos relataram ao Diário que as crianças já vinham sofrendo agressões por parte da mãe e do padrasto há dias. 

A MORTE

De acordo com a Brigada Militar e equipe médica do PA do Patronato, a menina chegou ao local à 1h50min de terça-feira, levada pela mãe e pelo padrasto, já sem os sinais vitais. Como ela chegou sem vida e apresentava diversas marcas de hematomas e escoriações pelo corpo e pelo rosto, o médico que atendeu a criança chamou a Brigada. 

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À guarnição, os responsáveis pela criança disseram que ela havia caído no domingo em meio a materiais de construção que estão no terreno da casa. O homem informou aos policiais que a mãe não achou necessário levar a criança ao médico no domingo porque teria dado um medicamento para aliviar os machucados. Segundo informações extra-oficiais do padrasto à BM, por volta da 1h, a mãe da menina foi até o quarto onde a criança dormia e constatou que ela espumava pela boca. Depois disso, mãe e padrasto resolveram buscar atendimento médico.

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A PRISÃO

A Polícia Civil foi acionada e esteve na casa onde a menina morava, no bairro Nova Santa Marta, em busca de indícios de possíveis sinais de violência. No local, testemunhas disseram que as agressões do padrasto e da mãe à criança eram recorrentes. Diante dos depoimentos, os dois foram levados para a delegacia e, em seguida, foram presos. A mãe está no Presídio Regional de Santa Maria, e o padastro, na Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm). Ainda ontem, Eles foram indiciados por homicídio doloso (quando há a intenção de matar) e seguem recolhidos. 

PARA DENUNCIAR ABUSOS
Ao perceber sinais de ameaça ou violação aos direitos da criança e do adolescente, qualquer pessoa pode procurar ajuda. 

_ Brigada Militar – 190
_ Disque Direitos Humanos – Disque 100
_ Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente – (55) 3221-0450
_ Conselho Tutelar Centro – (55) 3223-3737 e 99973-6674
_ Conselho Tutelar Leste – (55) 3217-7790 e 99603-2022
_ Conselho Tutelar Oeste – (55) 3212-5410 e 99972-9638